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Casados há mais de 50 anos, casal Zanchetta comemora aniversário no mesmo dia e ao lado da família

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Casados há mais de 50 anos, casal Zanquetta comemora aniversário no mesmo dia e ao lado da famíliaZANCHETTA 02

O casal Euclides e Irma Zanchetta comemorou no último dia 18 de abril mais um aniversário juntos e ao lado do toda a família. O privilégio de aniversariar no mesmo dia vem juntamente com a alegria de poder desfrutar do momento ao lado de pessoas queridas há mais de 50 anos, período em que são casados.
O casal, que hoje vive em Machadinho, mudou-se para o município há pouco mais de dez anos. A decisão em fixar residência na terra do balneário de águas quentes aconteceu, além de levar em conta as potencialidades do município, também pelo fato de que o filho Vanderlei já vivia na cidade há algum tempo, onde trabalha e mantém sua empresa. “O Vanderlei se formou no Colégio Agrícola de Concórdia. Foi o primeiro que saiu de casa. A Perdigão contratou ele por primeiro em uma seleção de 14 candidatos e mandaram ele para o Rio Grande do Sul, ele veio para Machadinho trabalhar com a Perdigão. Viemos para cá por isso”, declara.
Até então o casal morava em São José do Cedro – Santa Catarina. A atividade principal da família sempre foi a agricultura. “Nós compramos terra de uma companhia de Erechim que vendia terra. Nós compramos uma colônia de terra mais perto da BR 163 e outra na divisa com a Argentina. Era puro mato”, conta. “Abrimos picada três quilômetros mato a dentro e nos acampamos para fazer a primeira roça”, acrescenta.
A atitude foi ousada, já que havia apenas a promessa da empresa que vendeu os terrenos em fornecer a estrada para escoamento da safra de grãos no momento em que as lavouras estivessem próximas do ponto de colheita. “A firma de Erechim prometeu que quando o milho estivesse ‘pendoando’ eles iriam abrir a estrada, e foi o que aconteceu”, relembra Euclides.
Todos os cinco filhos do casal foram criados neste local, onde a família iniciou suas atividades na agricultura. “Todos nasceram e foram criados lá. Tiveram o colégio e tudo lá”, conta. “Sempre foi a luta na roça. A gente trabalhava com tudo, plantava de tudo, não deixava nada de fora: era galinha, eram os ovos, era verdura, trigo, milho, feijão; bastante suínos e aviário também nós tivemos”, esclarece Euclides. Todas essas atividades demandavam de muito esforço e atenção. O trabalho sempre foi de sol a sol. “Fomos agricultores de anoitecer e amanhecer na roça”, diz.
Confirmando o relato de Euclides quando fala sobre a diversificação de atividades implantadas na propriedade rural, o retrato com uma montagem de diversos caminhões carregando animais em uma mesma noite na propriedade remonta um cenário de ampla produção fornecida ao mercado pela família. O retrato está em uma moldura pendurada em local de destaque na residência do casal. Identificando o momento, a frase inserida no quadro diz: “Propriedade de Euclides Zanchetta: criador de gado, suíno e aves, sendo entregue em uma só noite 54 toneladas de carne. Integrado a Cooper Alfa e Aurora no dia 02/07/2001”.
Outro momento marcante para a família e que também atesta a potencialidade da propriedade rural foi quando o político Esperidião Amim entregou um cheque e uma medalha como forma de reconhecimento pela eficiência produtiva conquistada. “Tiramos o primeiro lugar na agricultura familiar em produção de tudo o que existe na roça. Inclusive a Dona Irma tinha em torno de 60 vidros de compota que enchia toda a pia, tudo que ela fazia com produtos caseiros”, comenta Euclides.
Hoje, mesmo morando na cidade de Machadinho, o casal preserva a tradição de trabalhar com produtos vindos da terra. O vinho produzido por eles é destaque pela qualidade. Euclides sempre teve o costume de fabricar o vinho consumido pela família, porém, depois que veio morar em Machadinho fez cursos de especialização para melhorar a cada dia a qualidade da bebida produzida a partir da uva adquirida de produtores da região.
Ao falar sobre a criação dos filhos, Euclides demonstra enorme satisfação por ter colocado no mundo homens que exaltam qualidades importantes. “Temos cinco filhos homens, muito estudiosos, filhos muito bons. Resta só agradecer a Deus pelos filhos que a gente teve. São amigos dos amigos, não são de praticar maldade”, ressalta. “Eu e a Dona Irma sempre trabalhamos na roça, mas sempre incentivando os filhos a estudar”, comenta.
Já Dona Irma relembra do sacrifício para conseguir criar os filhos com dignidade. “Foi muito sofrido naquela época porque anos atrás não era como hoje. A gente criou eles trabalhando na roça; levava eles junto para a roça; levava uma caixinha e colocava eles dentro da caixinha e ali ficavam; a gente levava o comer deles e assim fomos criando”, relata. Apesar da dificuldade, Irma comenta que os filhos sempre foram saudáveis, o que por outro lado facilitou a criação. “Eles sempre foram muito saudáveis, nunca foram doentes”, ressalta.
Apesar de todo o sofrimento e esforço demandado pela vida, o casal encontra sempre muitos motivos para agradecer a Deus pelas bênçãos recebidas ao longo da trajetória. “Graças a Deus a gente não via sofrimento naquele tempo. Fomos lutando e conseguimos vencer e conquistar o que a gente queria. Foi maravilhoso”, comenta Irma.
Foram sempre de muito sacrifício os momentos que o casal enfrentou na criação dos filhos, porém outra situação que representou uma dificuldade marcante foi quando Dona Irma teve que lutar contra o câncer. “Eu já passei três vezes por câncer de mama. Fiz rádio, fiz químio, perdi todo o meu cabelo… Foi um sofrimento muito grande. Estou nessa luta há 26, 27 anos. estou sempre nessa luta, não posso parar”, declara. “Mas graças a Deus e a Nossa Senhora Aparecida, sempre que eu peço ela me ajuda, eu estou aqui, estou bem”, declara Irma.
Mesmo em meio a dificuldades, os momentos prazerosos foram inúmeros e deixam muita saudade. Um desses momentos que marcaram pela felicidade proporcionada é um aniversário em que os filhos pegaram, sem o conhecimento de seu Euclides, suínos no chiqueiro e convidaram o casal para a festa onde seria servida a carne dos animais. “Os meus filhos chegaram a roubar porco lá em casa, que tinha bastante; levavam na ABB lá de São José do Cedro, convidavam os amigos e convidavam nós para as festas”, conta Euclides. “Depois chegavam com o espeto e diziam: ‘pai, pode cortar que o porco é do seu chiqueiro’”, relembra com saudade.
A comemoração do aniversário do casal neste ano aconteceu no último sábado (15) em Maravilha – Santa Catarina.

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