Com o objetivo de prestar contas aos envolvido na cadeia produtiva da erva-mate em Machadinho e região, o gerente da Ervateira Cambona, Altair Rufato, concedeu entrevista ao Jornal da Club na última quinta-feira (16), quando apresentou um balanço dos principais números relativos às atividades da empresa no ano de 2019.
“A gente está na linha de frente, tocando o setor ervateiro, mas é um produto de Machadinho. Então, nada mais justo do que trazer os números, para todos os munícipes verem o que representa a erva-mate para o município de Machadinho”, comentou Altair.
Ao longo do ano, foram 2.090.230 kg de erva-mate verde adquirida dos produtores, com pagamento de R$ 1.822.166,00 pelo produto. “Isso dá uma média de cento e cinquenta e um mil, oitocentos e quarenta e sete reais (R$ 151.847,00), equivale a uma indústria no campo de cento e cinquenta e três salários mínimos mensais”, destacou o gerente. “É um valor que entra mensalmente nos cofres do Município, que entra nos mercados do município – que o pessoal gasta. É tudo dinheiro que gira no município”, acrescentou.
Além do mercado interno (nacional), a ervateira vem expandindo seu mercado consumidor para outros países. Somente para o Uruguai, foram vendidos 1.231.200 kg do produto industrializado em 2019.
Outro ponto citado como importante por Altair é o fato de que todos os produtores que entregam sua produção para a ervateira possuem bloco de produtor rural, “ou seja, cem por cento da erva que entra aqui é com nota de produtor rural”. “Hoje nós temos quatrocentos e noventa e duas famílias, produtores e filhos de produtores que entregam erva-mate aqui, tudo com nota. Isso é um número muito significativo para a gente”, ressaltou Altair.
Mesmo com a grande quantidade de erva-mate adquirida das propriedades machadinhenses, a ervateira busca fora do município, mais de 4 milhões de quilos de folhas. Tal cenário demonstra uma lacuna de produção, com garantia de compra para novos ervais que vierem a ser implantados pelos produtores machadinhenses. O preço médio pago ao produtor em 2019 ficou em R$ 13,05 por arroba.
Ainda conforme o gerente, a erva-mate é um produto que vem contribuindo para a fixação dos jovens no meio rural. “O que a gente vê hoje no jovem: ele quer o final de semana livre e com dinheiro. E a erva-mate oferece isso. Você tira durante a semana – de segunda à sexta –, na sexta-feira, a indústria faz o pagamento; o jovem, o pai, a família está com dinheiro no bolso e tem o final de semana livre. Isso ajuda muito a fixar o jovem no campo”, concluiu.
Para Airton, os produtores devem olhar com maior atenção para as suas propriedades, já que existem muitas áreas que hoje estão ociosas e podem ser ocupadas com a implantação de lavouras de erva-mate.