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Recessão gerada pela pandemia impacta mais mulheres e negros no mercado de trabalho

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O quadro recessivo gerado pelo isolamento social atingiu quase todos os setores da economia e trabalhadores, como mostraram os dados do Produto Interno Bruto (PIB), que mostraram que a economia brasileira encolheu 1,5% no primeiro trimestre. Mas grupos que ocupam, historicamente, posições menos favoráveis no mercado de trabalho têm sido impactados com maior intensidade, como é o caso das mulheres e da população negra.

O canal de contágio da atual crise sobre o trabalho feminino tem sido, principalmente, o trabalho doméstico, com muitas dessas trabalhadoras – a maioria negras – sendo dispensadas por seus empregadores com pouca ou sem remuneração.

Idosos, negros, minorias: quem é deixado para trás na pandemia
As mulheres também são atingidas pelo modo como se inserem no mundo do trabalho: elas ainda são minoria nos postos ligados à produção, como a indústria, transportes e construção, atividades consideradas essenciais nos decretos governamentais de isolamento social. Já entre os serviços não essenciais estão os salões de beleza e estética – ocupados majoritariamente por mulheres.

A população negra, por sua vez, tem sido afetada por compor a maioria dos trabalhadores informais, que são os primeiros a serem demitidos em momentos de crise. Além disso, eles são a maior parte dos brasileiros que trabalham nos comércios de rua, como vendedores ambulantes, por exemplo, que tiveram que ir para as suas casas com as medidas de confinamento.

O G1 ouviu a economista e professora da Unicamp, Marilane Teixeira, e o pesquisador Rogério Barbosa, do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), da Universidade de São Paulo (USP), para detalhar os principais impactos da pandemia do coronavírus sobre trabalho de mulheres e negros.
O trabalho doméstico, composto em maior número por mulheres, é um dos principais canais de impacto no emprego feminino, no contexto da pandemia.

O terceiro boletim da Rede de Pesquisa Solidária, coordenado por Rogério Barbosa do CEM-USP, – “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”, – aponta que os trabalhadores domésticos foram os mais impactados com as medidas de isolamento social, seguidos dos prestadores de serviços pessoais de beleza.

Dados disponíveis de abril já captam uma parte importante desse efeito: no trimestre móvel encerrado em abril, o Brasil sofreu a maior perda de trabalhadores domésticos em nove anos. No período, 727 mil pessoas deixaram de trabalhar nesse serviço, uma queda de 11,8% em relação ao período imediatamente anterior. Para os sem carteira, a queda foi maior, de 12,6%, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tem sido comum, durante o período de isolamento, relatos de diaristas que foram dispensadas pelos patrões sem suporte financeiro ou que estão vivendo com o pouco dinheiro pago por alguns deles.

“Essas mulheres acabam dependendo do voluntarismo do patrão, sem poderem contar com uma política pública que as assegure”, diz Rogério.

Fonte: G1

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