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Valdir João Ventura, uma das maiores lideranças políticas de Machadinho relata um pouco de sua trajetória

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Valdir João Ventura, uma das maiores lideranças políticas de Machadinho relata um pouco de sua trajetória

Valdir João Ventura é um nome conhecido, não apenas no município de Machadinho mas também nos municípios da região como influente liderança política. Participando ativamente da história do município, deixou seu nome marcado no desenvolvimento machadinhense.
A política sempre esteve presente na vida de Valdir. Uma das primeiras empreitadas como militante político foi a emancipação do município de Machadinho. “Foi uma disputa muito importante e que demandou de um trabalho muito eficaz, afinal de contas, uma política importante como aquela demandava bastante carinho, muita determinação e vontade de ganhar”, conta Valdir.
Uma das grandes paixões de Valdir volante. Já naquela oportunidade, no processo de emancipação, se manifestava o gosto pelo volante, que em uma analogia pode ser associada com o gosto pelo comando nos destinos da sociedade machadinhense. Duas figuras lembradas com carinho por Valdir, seu pai Isalino e o Frei Teófilo, disponibilizavam na época, dois veículos para desempenhar as funções necessárias no processo daquela eleição tão importante. “O Frei Teófilo disponibilizou o seu jipe e o meu pai disponibilizou o dele. E quando um motorista cansava em qualquer um dos dois eu fazia porque eu gostava muito de dirigir”, relembra. Nesta época Valdir tinha aproximadamente 12 anos de idade.

Sobre a importância da eleição onde Machadinho ganhou o direito de ser emancipado como município independente derrotando os concorrentes Paim Filho e cacique Doble, Valdir lembra a liderança de seu pai e de Frei Teófilo. “O Frei Teófilo sempre dizia e chamava a atenção: ‘não vamos perder tempo porque precisamos ganhar, e o meu pai da mesma forma’”, comenta.
Ainda abordando a liderança exercida por Frei Teófilo, Valdir profere as seguintes palavras: “Frei Teófilo foi um Baloarte que desde o início lutou para o bem da comunidade de Machadinho e da região. Ele tinha uma liderança extraordinária, um lutador de primeira linha, determinado pelo desenvolvimento, nunca media sacrifícios para nada”, destaca.
Com esta participação tão precoce na política do município, não é surpresa a presença do nome de Valdir Ventura nas eleições municipais que seriam realizadas posteriormente. “Eu concorri a primeira vez à prefeito em 1968. Perdi a eleição por 154 votos. E vim concorrer novamente em 1976”, conta Valdir.
Nesta segunda eleição foi vitorioso com uma diferença de 79 votos. A disputa na época acontecia contra o partido adversário e também dentro da própria sigla. A sublegenda apontava o candidato mais votado dentro do partido com maior número de votos entre os eleitores.

Sobre os desafios enfrentados em sua primeira gestão, Valdir destaca a necessidade que havia de construir acessos no interior do município. “Aí iniciamos uma ‘peleia’ muito grande. Naquela época não tínhamos estrada, não tinha nada, era tudo muito difícil aqui. O município não tinha recurso e uma área territorial de 367 Km²”, relembra.
A alternativa encontrada pelo então gestor municipal foi aliar-se aos prefeitos de municípios da região. Valdir lançou-se candidato à presidente da AMUNOR e com a vitória veio também a proximidade com outros mandatários da região. “Eu tive uma sorte muito grande porque naquela época Vacaria e Bom Jesus pertenciam à AMUNOR, e aí eu me lancei candidato à presidência da associação dos municípios e consegui ganhar a eleição. Com isso eu consegui que os municípios da região nordeste do estado – incluindo Bom Jesus e Vacaria – todos me mandassem máquinas aqui para se abrir as estradas necessárias. Todos eles entenderam a situação de Machadinho e nos ajudaram. Houve uma transformação nas estradas do município”, relata Valdir.

Na gestão de seis anos também houve outras conquistas para o município. Aviários e pocilgas foram instalados em Machadinho através de convênio com a empresa Ouro, atual BRF. A empresa propôs ao município que se fossem abertas terraplenagens para as construções seriam implantadas as produções de aves e suínos. “A história dos chiqueirões e dos aviários de Machadinho teve aí um início bastante incentivador e animador”, destaca.
Outro ponto diferencial para a agricultura naquele momento foi a instalação do escritório da EMATER no município. E relacionado a esse fato também está na memória de Valdir uma situação ocorrida. Para a instalação do escritório na cidade o poder público teria que arcar com o aluguel do prédio e adquirir um veículo para uso dos profissionais que dariam assistência aos produtores. Como não havia esta condição por parte da Administração Municipal no momento, algumas pessoas se uniram e emprestaram o valor necessário com a condição de serem ressarcidas pelos cofres públicos no ano seguinte. “Com cinco pessoas e mais a minha ajuda nós conseguimos comprar um Fusca. Compramos naquele ano para sermos ressarcidos no ano seguinte”, relata. O empréstimo foi feito depois da aprovação de um projeto que tratava do tema pela Câmara Municipal de Vereadores.
Ainda no interior do município foram implantados diversos salões comunitários onde passaram a funcionar as sedes das comunidades. Também foi amplamente difundida a implantação de redes de energia elétrica nas propriedades rurais do município. Valdir conta que em parceria com os engenheiros da CEEE que projetavam as redes elétricas foi possível construí-las por meio do trabalho dos funcionários públicos da prefeitura.
Na área da educação, foram construídas 34 salas de aula na primeira gestão de Valdir.

O prédio que hoje é a sede da Prefeitura Municipal também foi construído em sua gestão, assim como foi trazida para o município a agência do Banco do Brasil.
Muitas ações foram executadas no primeiro mandato como prefeito de Machadinho, porém certamente não poderiam ser citados em sua totalidade aqui nesta matéria. Apesar desta condição um registro nessa história permite ter a dimensão da notoriedade alcançada naquele momento. Valdir foi apontado como um dos dez prefeitos mais atuantes do Rio Grande do Sul. Uma das lutas que lhe deram o título foi pela melhor distribuição dos recursos arrecadados com o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre os municípios do estado.
No segundo mandato, de acordo com Valdir, foi possível dar um salto no desenvolvimento do município depois de ter sido construído muito em infraestrutura anteriormente.
Muito era conseguido com bom relacionamento entre as esferas de governo. Através do diálogo era possível demonstrar a efetividade das propostas e a viabilidade dos projetos apresentados pelos gestores do município.
Valdir relembra uma situação em que esses relacionamentos eram estreitados por meio de ações dos representantes dos municípios do sul do país junto aos agentes políticos de Brasília. Representantes de Machadinho adquiriram 210 kg de picanha enquanto lideranças de Santa Catarina levaram peixe e do Paraná foram levadas carnes de suínos e de aves. “Fizemos uma festa muito grande no Congresso Nacional, onde reunimos deputados, ministros e outras lideranças”, conta Valdir.
A partir dos relacionamentos os projetos iam sendo viabilizados no município. Quando Pedro Simon era Governador do Rio Grande do Sul, Valdir conseguiu recursos estaduais para que o município construísse salas de aula no Colégio Castro Alves.

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