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Virgínia Gilioli de Almeida – Um anjo da guarda entre os machadinhneses

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Virgínia Gilioli de Almeida - Um anjo da guarda entre os machadinhnesesIMAGEM VIRGÍNIA

Anjo da guarda certamente não é uma expressão exagerada para identificar Dona Virgínia Gilioli de Almeida. Muitas foram as famílias machadinhenses que recorreram aos seus préstimos para auxiliar no cuidado com entes queridos em momentos de dificuldades.
Além da atenção sempre dedicada à própria família, Virgínia colocou sua vida à disposição de pessoas idosas que necessitam de cuidados especiais, quase sempre com grandes dificuldades físicas e problemas de saúde.
Em uma entrevista ao Jornal Folha da Club, Virgínia declarou ter cuidado de aproximadamente dez pessoas. De cada uma delas ficou uma lembrança específica, que de acordo com ela própria, marcaram sua vida. “Eu já aprendi muito na minha vida com essas pessoas. Meu Deus do céu!”, disse.
Uma das pessoas que mais marcaram sua vida, pela vitalidade e vontade de viver independente da idade foi Diumira Diana da Rosa. “Ela queria fazer tudo: lia, rezava, queria passear, queria fazer ginástica. Isso tudo com 91 anos. Ela tinha uma vida bem ativa”, relembra. De acordo com Virginia, algumas das atividades que Diumira desenvolvia ela própria fazia junto. “Nós fazíamos ginástica juntas, jogava bola, lia, fazia crochê, fazia tudo. Ela foi um tesouro para mim”, contou. Virgínia sente por não ter tirado uma foto com Diumira para ter como lembrança.
Rapidamente, Virgínia citou os nomes de quem cuidou ao longo de sua trajetória de cuidados com pessoas necessitadas. A primeira experiência foi com o casal Vitório e Maria Panisson com quem conviveu durante aproximadamente cinco anos. Os dois faleceram com intervalo de poucos meses. “O seu Vitório faleceu primeiro e depois fiquei mais cinco meses com a Dona Maria”, contou.
Depois do casal, Virgínia dedicou sua atenção a Manoel Guedes. “Foi bastante difícil porque ele era deficiente. Ele tinha o braço amputado. Foi numa correia, esmagou quase o corpo dele inteiro”, disse. Por mais de três anos Manoel recebeu os cuidados atenciosos de Dona Virgínia.
Na sequência a vida lhe trouxe a incumbência de auxiliar Dona Lídia Silvestre. Mesmo que por um curto período, aproximadamente seis meses, Virgínia já guardou uma lembrança muito afetuosa de Lídia. “Ela era um amor, muito carinhosa. Eu sinto bastante saudade dela”, contou. “Eu cuidei muito pouco dela porque depois ela foi morar com a outra filha em Bela Vista”, acrescentou.
Logo depois de ter convivido com Lidia, Virgínia começou a dedicar sua atenção a Amadiu Bernieri, que sofria com o mal de Alzheimer. “O problema dele era o mal de Alzheimer. Ele era quieto, não caminhava, tinha que levar para a cama…”, descreveu.
Outra relação que marcou muito Dona Virgínia foi com Maria Adami, que lutou pela vida de maneira especial. “Ela não aceitava a morte. Ela queria viver. Tinha muita força de vontade de viver, mas não conseguia”, disse. Maria sofria com câncer e não conseguiu vencer a batalha contra a doença. “Levaram para o hospital e em oito dias ela morreu”, contou Virgínia.
Outro dos seus assistidos que sofria com Alzheimer era Edimundo Rodriguez, com quem Virgínia conviveu por aproximadamente um ano até que faleceu com mais de 80 anos de idade.
Atualmente, quem recebe os cuidados de Virgínia é Dona Élida Rebesquini Felizari. A relação de cuidados acontece entre as duas há aproximadamente um ano.
Certamente as ações que Virgínia desenvolve representam muito mais que um trabalho, é uma missão. “Eu sempre gostei muito de fazer isso. Sempre faço tudo com muito amor e carinho cuidando as pessoas”, disse.
E essa missão também contribui muito com as famílias que por um motivo ou outro não conseguem estar presentes por todo o tempo demandado pelos entes que passam por momentos difíceis. Ainda assim, Virgínia encontrou sempre tempo para também cuidar da própria família. Ao lado do inseparável companheiro Artur construiu esse que é um dos principais pilares na vida de qualquer ser humano. O casal criou e entregou ao mundo cinco filhos. A vida lhes reservou o difícil momento de perder um de seus filhos, falecido ainda quando era criança. Destes filhos, o casal já recebeu e segurou nos braços seis netos, cinco meninos e uma menina.
Um desses filhos deu sua visão sobre Dona Virgínia. Juliano Alves de Almeida define a mãe como uma guerreira que encara seus desafios de maneira exemplar. “Temos que dar os parabéns para ela porque tem que ter força e tem que ter fé para encarar uma vida dessas. Não é fácil. Não são muitos que gostam. Hoje tem pessoas que são formadas em enfermagem que não fazem o que uma pessoa como ela faz. Ela dá atenção, dá carinho, dá amor para a família, mas também transmite para as pessoas que precisam”, define. “Ela está de parabéns. Tem que aplaudir de pé. O que ela faz são poucos que fazem”, concluiu Juliano.

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