Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Dos quatro brasileiros presentes nesta Copa do Mundo de Clubes, o Fluminense foi quem teve a estreia mais difícil. Com respeito ao Esperànce, Seattle Sounders e até ao Porto, mas o Borussia Dortmund era favorito devido a diferença de investimento. Isso no papel, claro. Quando a bola rolou, quem mereceu vencer foi o Tricolor. Após o apito final do 0 a 0 desta terça-feira, fica um adocicado amargor. O empate traz orgulho, mas também o lamento de dois pontos escaparem.
O Fluminense teve uma grande atuação no Metlife Stadium. Mas o principal desta estreia é ter cumprido com a promessa que fez a si mesmo e ao seu torcedor. Renato Gaúcho entregou um time corajoso, que não se acovardou diante de um gigante europeu e fez valer a sua posição de campeão da América. Everaldo e Nonato tiveram as bolas da vitória, mas não converteram. Para ter ideia, Fábio fez apenas um defesa difícil, já nos minutos finais.
A atuação também mostra um time que não veio à passeio para a Copa do Mundo de Clubes. É claro que o investimento de Flamengo, Palmeiras e Botafogo é superior, mas o Tricolor se classificou com méritos ao conquistar a Conmebol Libertadores. Além disso, vem num nítido viés de crescente com Renato Gaúcho. Se não é o mesmo time de 2023, não faz por merecer ser subestimado. O Borussia Dortmund foi o primeiro a perceber isso.
Pensando na classificação, o primeiro grande desafio foi superado. Agora é manter o bom desempenho diante Ulsan HD e Mamelodi Sundows. Caso consiga, é difícil pensar que o Fluminense não conseguirá estar nas oitavas de final. Regularidade é a palavra necessária.
Como foi o jogo?
O Fluminense foi melhor nos dois tempos, mas foi a primeira etapa que trouxe o “choque” de realidade. É possível usar duas palavras para classificar a atuação: coragem e dedicação. A primeira, por não se inibir dentro de campo. O Tricolor não pareceu assustado em nenhum momento e foi para o intervalo dando mais chutes a gol e tendo as melhores oportunidades.
Já a dedicação é porque precisou correr para coibir a qualidade dos alemães. A escolha de Renato Gaúcho por tirar Ganso e Cano, mantendo Everaldo e colocando Nonato entre os titulares, se mostrou acertada em vista que o Fluminense competiu em cada palmo de campo. Na pressão alta ou abaixando a linha, houve um encaixe importante que não deixou o Borussia Dortmund pressionar.
Perigo mesmo só quando os alemães escapavam, principalmente com Adeyemi. Ele, Guirassy e Brandt foram quem levaram mais perigo. Porém, muito mais nas jogadas individuais do que em construções perigosas. Bolas na área também foram tentadas aos montes, mas com a defesa do Tricolor se comportando bem.
O Fluminense teve algumas chances de marcar. Arias escapou duas vezes e finalizou. Hércules e Martinell arriscaram de fora da área, Renê também tentou. Neste caso, nem dá pra culpar a falta de pontaria, mas sim a qualidade do adversário, que também sabia se defender mesmo desconfortável na partida.
No segundo tempo, o Fluminense foi beneficiado por algumas escolhas do técnico Niko Kovac. Adeyemi não estava bem na partida, de fato, mas sacá-lo na metade do segundo tempo foi um alívio. Era ele quem mais levava perigo em meio a um time sem inspiração. Facilitou a vida de Samuel Xavier, que pôde subir ainda mais para o ataque.
Com ainda mais poder de fogo, fica o lamento pelos gols perdidos. Dois em especial. No primeiro, Everaldo teve tudo para finalizar, de cara para o gol, mas preferiu rolar para Canobbio, que chutou fraco. Minutos depois, Everaldo finalizou mais uma vez, o goleiro adversário deu rebote, mas fez um milagre ao impedir o gol de Nonato.
Do meio para o final, as substituições fizeram o Fluminense diminuir o ritmo. Cano e Lima não entraram bem. Paulo Baya também mal teve chances de contribuir. O único que conseguiu levar perigo foi Serna. Diante de um adversário tão qualificado, é preciso manter o desempenho em alto nível o máximo de minutos possível. Sem ele, o jogo equilibrou.
Porém, ainda longe de o Borussia levar algum perigo. Mais substituições vieram e menos perigo os alemães foram levando. No apito final, o aplauso do torcedor tricolor mostra o bom desempenho do Fluminense na partida. A primeira grande resposta nesta Copa do Mundo de Clubes foi dada.
Fonte: ge