Após a eliminação da Conmebol Libertadores, as últimas 24 horas foram de explicações e avaliações no Beira-Rio. O Inter buscou respostas para o constrangedor episódio da chuva de papéis picados, que atrasou em 21 minutos a partida com o Flamengo (derrota por 2 a 0 e eliminação).

Dois funcionários acabaram demitidos em um episódio que era de ciência de diferentes pastas do clube, como marketing, relacionamento social, comunicação e operação de jogo.

Após a partida, o presidente Alessandro Barcellos foi questionado sobre o tema, alegou não ter conhecimento, mas assegurou que se aprofundaria sobre o ocorrido. Houve reunião, com revisão dos passos, cobranças e transferências de responsabilidades. As partes tentaram se eximir de culpa.

Os papéis picados integram ações conhecidas como “ambientação de jogo”. O clube alega que tinha a liberação da Conmebol para utilizá-los, mas reconheceu que o volume estava acima do previsto.

Um vídeo nas redes sociais mostra cinco pessoas com sacos na passarela abaixo da cobertura do estádio, chamadas de catwalk. O que aumentou a polêmica. O clube buscou descobrir quem liberou a subida no local e a logística.

— Ninguém faz isso escondido. Há processos errados e houve uma sequência — disse uma pessoa ouvida pelo ge.

O atraso
O erro tão gritante quanto a chuva dos papéis prateados antes da partida foi justamente o volume no gramado. O árbitro Esteban Ostojich percebeu que o campo estava tomado pelos objetos e adiou o início do confronto.

Funcionários entraram no gramado com sopradores, mas também utilizaram vassouras e redes para limpar o campo. Episódio que se repetiu no intervalo.

Todo o contexto trouxe desconforto ao departamento de futebol. Por mais que se reconheça a qualidade do Flamengo e que o cenário de eliminação dificilmente seria revertido, o atraso do início do confronto diminuiu a empolgação das arquibancadas, tratada como um combustível ao time.

O Inter emitiu uma nota ao fim da noite de quinta. Falou sobre as ações promovidas para a partida, mas citou falhas realizadas e que os “responsáveis foram identificados e as medidas cabíveis já foram aplicadas”.

Apesar do discurso e anuência da Conmebol para promover o evento, a tendência é que o Inter receba uma multa aos já combalidos cofres do Beira-Rio pela condução equivocada.

O regulamento da entidade prevê pagamento de multa por cada minuto de atraso, com valor mínimo de US$ 20 mil para até 15 minutos e de US$ 50 mil em caso de reincidência.

Confira a nota do Inter:
“Boa noite. Sobre o episódio dos papéis picados, o Inter informa que projetou a ambientação de jogo para recepcionar o time e a torcida no duelo contra o Flamengo, pelas oitavas de final da Libertadores, com ações como CO² nas laterais e atrás das goleiras, balões tubulares em áreas do estádio e bandeirões das torcidas organizadas, além do papel picado, todos devidamente previstos e liberados pelo regulamento da Conmebol.

Entretanto, a ação deveria ter ocorrido em outro setor do estádio, em menor volume e sem o material prateado. Apuramos internamente que foram tomadas decisões não autorizadas pelo Clube na execução da ação. Os responsáveis foram identificados e as medidas cabíveis já foram aplicadas.”

Fonte: ge.globo