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O Grêmio anunciou a contratação do técnico Luís Castro na noite da última sexta-feira. O novo comandante gremista já trabalha com os dirigentes de maneira remota e deve estar em Porto Alegre no fim desta semana. Mas afinal, como o português gosta de montar as equipes? O ge procurou especialistas para entender o que esperar do Grêmio em 2026.
Luís Castro deixou boa impressão no Brasil no período no qual esteve no Botafogo, entre 2022 e 2023, apesar da saída no meio da temporada. O português mostrou o apreço pelos times ofensivos por aqui. A ponto de montar um Shakhtar Donetsk, por exemplo, que ganhou os dois jogos contra o Real Madrid na fase de grupos da Champions League 2020/21.
– É um treinador que consegue ajustar os times dele em poucos jogos, algo importante no futebol brasileiro. Ele provavelmente teria sido campeão brasileiro se tivesse ficado no Botafogo em 2023. Tenho certeza que vai fazer um bom trabalho e tem muito mais capacidade do que o Quinteros e outros treinadores que o Grêmio vem contratando – opinou Leonardo Miranda, do Painel Tático do ge, analista de desempenho e especialista em tática.
Ataque direto
Uma das características mais vistas nas equipes de Castro é a busca direta e incessante pela direção do gol. O tipo de jogo preferido não é tanto de controle de posse de bola, mas de ida ao gol adversário. A intenção é preencher a área rival com bastante opções para finalização. O estilo é comparado ao de Jorge Jesus, campeão brasileiro e da Conmebol Libertadores em 2019 pelo Flamengo.
– Ele tem um estilo vertical. É o estilo do Jorge Jesus. Inclusive, os dois são muito parecidos em termos de escola, de metodologia de treinamento. São treinadores que gostam daquele time que chega com muita gente no ataque, que é vertical, que está o tempo todo trocando passes para o gol. É um time que ataca, ataca o tempo todo. Ele teve uma passagem meteórica no Botafogo, conseguiu ajustar a preparação física e fazer esse ataque com muita verticalidade, o Junior Santos, o Tiquinho, todo mundo chegando o tempo todo – explicou Miranda.
Em termos ofensivos, costuma funcionar bem em transições simples e rápidas. Ataque ao espaço, pedido de participação do homem (ou homens) mais adiantado(s) no apoio à saída, arrastando defesas e marcações.
— Francisco Sebe, do jornal A Bola
Maleável e pressão pós-perda
O esquema mais costumeiramente utilizado por Castro é o 4-3-3. Mas os dois jornalistas portugueses ouvidos pelo ge destacaram a capacidade do treinador de se adaptar ao que o clube apresentar. Teve boas passagens e sucesso em locais e tipos de jogo diferente, como no Oriente Médio, em Portugal, na Ucrânia e no Brasil.
– Taticamente, é um treinador maleável e capaz de preparar as suas equipes para vários sistemas táticos. Prima pela reação à perda de bola, pressão alta, e pela capacidade de bloquear a entrada do adversário na sua zona defensiva. As equipes que orienta dão pouco espaço aos adversários para construir, o que exige fisicamente dos jogadores – explicou Francisco Sebe, do jornal A Bola.
– Diria que a principal qualidade tem mostrado é a capacidade para se adaptar ao diferentes contextos que tem tido na carreira. Luis Castro teve experiencias diversas nos últimos anos, recordando que ele passou com sucesso pela Ucrânia (pré-guerra), pelo Oriente Médio (Al-Duhail e Al-Nassr) e também pelo Brasil – avaliou Tiago Santos, da Rádio TSF, de Portugal.
Meio-campistas em destaque
O técnico trabalhou nas categorias de base do Porto durante 11 anos e comandou a formação do tradicional clube português. Participou ativamente na escola que gerou nomes como Vitinha, atualmente no PSG, Rodrigo Mora, do próprio Porto, e Fábio Vieira, do Hamburgo entre outros.
Apesar do jogo direto, os jogadores de criação são vistos como essenciais no estilo de jogo do treinador. O Grêmio atualmente tem em Arthur o grande nome do setor.
– Ele precisa muito de um volante que pense bem o jogo como era o Gregore e o Grêmio tem um, o Arthur, que eu tenho certeza que é um tipo de jogador que se estiver em condição física e mental também, o Luís Castro vai gostar bastante, é um jogador que pode subir muito com o treinador – disse Leo Miranda.
– Ele valoriza meias com boa percepção do jogo e qualidade com e sem bola. Neste perfil destacaria – a diferentes níveis -, Francisco Ramos, João Graça, Tozé, Alan Patrick, Otávio, Stepanenko e até Brozovic. Também valoriza jogadores capazes de fazer a diferença em zona de criação e no ataque posicional – Taison, Marlos, Otávio, Alan Patrick, Davidson, Tetê – listou Tiago.
A comissão de Luís Castro conta com seis pessoas. São os auxiliares Vítor Severino e Pedro Mané, o preparador de goleiros Daniel Correia, o analista de desempenho Nuno Baptista e os preparadores físicos Nuno Cerdeira e Roberto Júnior (Betinho). À exceção desse último, ex-Flamengo e Botafogo e brasileiro, todos são portugueses.
Fonte: ge