O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Machadinho está engajado na campanha Maio Laranja, que tem como principal marco o dia 18 de maio — Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data é um chamado à sociedade para romper o silêncio e agir diante de uma realidade dolorosa que afeta milhares de crianças em todo o país.

Contexto histórico do 18 de Maio

O 18 de maio foi instituído como data nacional em memória de Araceli Cabreira Sanches Crespo, uma menina de apenas 8 anos que, em 1973, foi sequestrada, drogada, violentada e assassinada em Vitória, no Espírito Santo. O crime, de extrema brutalidade, chocou o país e permanece impune até os dias de hoje. Somente em 2000, quase 30 anos depois, a data passou a representar oficialmente a luta pela proteção dos direitos de crianças e adolescentes, com foco no enfrentamento da violência sexual.

Entendendo os tipos de violência sexual

A violência sexual contra crianças e adolescentes pode assumir diferentes formas, sendo as principais o abuso sexual e a exploração sexual comercial.

- O abuso sexual geralmente ocorre dentro do ambiente familiar ou por pessoas próximas, muitas vezes de forma silenciosa, escondido sob laços de confiança.

- Já a exploração sexual envolve situações em que a criança ou adolescente é utilizada em troca de dinheiro, favores ou vantagens. Isso inclui práticas como prostituição infantil, produção e distribuição de pornografia infantil, e tráfico de menores.

Sinais de alerta

Reconhecer os sinais de violência sexual é essencial para garantir proteção às vítimas. Entre os comportamentos que podem indicar abuso ou exploração, destacam-se:

- Mudanças bruscas de comportamento ou humor;

- Medo excessivo de determinadas pessoas ou lugares;

- Conhecimento sexual incompatível com a idade;

- Isolamento, tristeza ou agressividade;

- Lesões físicas ou dores inexplicáveis.

É importante destacar que, em muitos casos, os sinais não são visíveis. Por isso, escutar e acolher crianças e adolescentes com atenção, empatia e sem julgamento é fundamental.

Como agir e denunciar

Diante de qualquer suspeita de violência sexual contra crianças e adolescentes, é dever de todos agir. As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do Disque 100, pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, ou diretamente ao Conselho Tutelar do município.

A proteção da infância é uma responsabilidade coletiva. O silêncio não pode ser uma opção diante da dor alheia — ele pode custar vidas. É preciso escutar, acolher e, principalmente, agir.