A Operação Descuidado, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), apura um esquema de fraudes no sistema da Rede Bem-Cuidar, utilizado para habilitar municípios ao recebimento de repasses mensais da Secretaria Estadual de Saúde.

Com base nas investigações, a Justiça determinou o afastamento cautelar de secretários municipais de saúde e servidores ligados à gestão do programa em nove municípios da região do Alto Uruguai.

Como funcionava o esquema

Conforme o MP, a empresa Agência de Desenvolvimento e Apoio às Políticas Públicas do Brasil, de propriedade de Paulo César Demarco Júnior, inseria certificados profissionalizantes falsos no sistema estadual para simular a qualificação de profissionais de saúde. Esse procedimento fraudulento permitia que os municípios atingissem os critérios exigidos para receber os valores do programa.

Para realizar a fraude, logins institucionais de gestores e servidores municipais – credenciais de uso pessoal e intransferível – eram repassados ilegalmente à empresa. A partir daí, o empresário controlava totalmente a manipulação dos dados, realizando as inserções fraudulentas diretamente do seu escritório, mas utilizando os acessos dos agentes públicos locais.

Secretários e servidores afastados

Márcio Capellari – Benjamin Constante do Sul
Ivani Ferreira Rizzi – Campinas do Sul
Ananda Prilla – Carlos Gomes
Jéssica Cristina Isoton – Faxinalzinho
Gisele Cássia Carlesso – Ipiranga do Sul
Marielen Ferrante – Itatiba do Sul
Franciele Parzianello – Mariano Moro
Daniela Nezelo Cola – Severiano de Almeida
Jucélia Cavazin – Trindade do Sul

Segundo o MP, a fraude não teria sido possível sem a colaboração de servidores que forneceram seus acessos ao sistema. As investigações continuam para identificar a participação de cada envolvido e apurar o impacto financeiro do esquema nos cofres públicos.

Fonte: Rádio Tchê Erechim./RS Agora