Roger Machado foi honesto ao dizer que o Inter esteve abaixo da expectativa na vitória por 1 a 0 sobre o Maracanã na noite desta terça-feira pela Copa do Brasil. Admitiu também que o ataque apresenta dificuldades com a falta de pontaria. Entretanto, houve um desconforto ao responder sobre Enner Valencia, ao rebater uma suposta má vontade do atacante.

O treinador avaliou a partida do Colorado com volume em mais de 100 minutos, mas dificuldade de traduzi-lo em gols. Até fez outros dois, com Wesley e Raykkonen, anulados pelo VAR. Ainda veio o pênalti desperdiçado por Alan Patrick.

— Não foi um jogo vistoso, mas com volume que poderia nos dar outro resultado. Dois gols anulados, um pênalti perdido. Fomos pouco eficientes nas oportunidades, faltou competência em outros. É uma vantagem. Sem contar a diferença de hierarquia, é sempre importante ganhar no jogo de ida — afirmou.

A sabatina permaneceu tranquila até Roger ser abordado sobre a atuação de Valencia. Uma pergunta se poderia optar pelo garoto Raykkonen, que estreou aos 16 anos, na vaga do camisa 13 e uma suposta postura descompromissada deste resultaram na mudança do tom. Sempre polido, o técnico subiu a voz e chegou a soltar um palavrão, algo que não é do seu feitio.

Desde o começo do jogo? Colocar Raykkonen no lugar do Enner no início do jogo? Poderia, mas preciso gerir meu vestiário. Não funciona assim, não é tão simples como se imagina na cabine com o microfone.
— Roger Machado

— Preciso permitir quem teve um puta protagonismo e fui cobrado. Muitos o pediam e agora se diz que ele está de má vontade. Não funciona desta forma! Não trabalho assim. Dei a oportunidade de o Enner se reencontrar. Quando não conseguiu, coloquei o menino de 16 anos — declarou.

O último questionamento também foi sobre o equatoriano. Roger voltou a defender Valencia. Lembrou que há pouco tempo era pedido que tomasse a posição de Borré pelo desempenho no Gauchão. O técnico evitou personalizar no atacante e citou que o time não produziu o que se espera.

Na opinião do ambiente externo, o melhor é sempre quem está fora. Não faz muito tempo que era cobrado para o Valencia entrar no time. A crítica vinha em cima do Borré que não estava bem. Está mal, tira? Está bem, coloca? Não funciona desta forma.
— Roger Machado
— Até pouco tempo o jogador (Valencia) fez um dos gols mais bonitos do Beira-Rio no Gauchão. Não o vi de má vontade. Pode ter saído devagar, decepcionado com a atuação dele. Isso não diminui a capacidade do Valencia, talvez a urgência de vencermos a partida. Não podemos fazer julgamentos precipitados envolvidos com sentimentos do coração. Estou aqui para avaliar tecnicamente. Não foi só o Valencia que não esteve bem. Hoje foi o que conseguimos fazer em um jogo abaixo, mas poderia ser um resultado diferente – finalizou Roger.

O Inter pode até empatar no segundo jogo contra o Maracanã que garante classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. O duelo de volta está marcado para o dia 22 de maio, às 19h, no Presidente Vargas, em Fortaleza.

No sábado, o Inter volta a concentrar forças no Brasileirão. Enfrenta o Corinthians, às 18h30, na Neo Quimica Arena.

Fonte: ge